segunda-feira, 19 de junho de 2017

Aplicativo vem orientar mães de crianças em UTIs Neonatais

 
Criado como produto de uma pesquisa realizada no Hospital Regional de Tucuruí - Pará, com 33 mães cujos filhos estavam internados na Unidade neonatal, o aplicativo “Família Corujinha” surge como ferramenta informacional, educadora e orientadora de famílias que possuem bebês em unidades de tratamento intensivo.
 
O aplicativo vem com a proposta de ser um instrumento informacional e orientador acerca do ambiente das Unidades Neonatais. A plataforma dá suporte nas atividades de educação em saúde, direciona as orientações, auxilia as mães na memorização dos conteúdos a serem abordados, e esclarece de forma útil e didática suas principais dúvidas contendo informações sobre o ambiente da Unidade neonatal; cuidados com o recém-nascido; orientações de alta e também disponibiliza o acesso para downloads de cartilhas e cadernos do Ministério da Saúde, buscas em sites de pesquisa e visita a links de vídeos relacionadas ao cuidado neonatal, baseado nos preceitos de um olhar fundamentado no Método Canguru, acolhimento e humanização à luz da filosofia de um cuidado que o Ministério da Saúde preconiza.
 

A plataforma é gratuita, acessível, com conteúdos apresentados de forma objetiva e fácil compreensão. Possui tópicos na forma de pergunta/resposta acompanhada de ilustração, cabeçalhos ou legendas de tópicos, tornando a leitura atrativa. Em um menu compacto, estão distribuídos os 12 tópicos de apresentação com as principais orientações e links específicos para uma pesquisa ampliada sobre o tema principal, permitindo o acesso ao conteúdo que mais interessar às mães.
 
O aplicativo possibilita uma transformação na prática de Educação em Saúde pautada na prática monótona e repetitiva para um ambiente mais dinâmico, humanizado e participativo. “O aplicativo possui a perspectiva de transformar a sociedade quanto ao ato do cuidado, e também a do emponderamento dessas mães para que elas possam ir em busca desse conhecimento e assim possam se familiarizar mais com a unidade neonatal, e vice-versa, onde a relação estabelecida entre família e profissionais seja a melhor possível visando o alvo principal desses cuidados que é o bebê”, comenta a desenvolvedora do aplicativo, mestre Suziane Giroux.
 
“O aplicativo surgiu a partir da minha observação dos anseios e questionamentos das mães presentes em Unidades Neonatais, cujas não obtinham respostas, onde a plataforma – um verdadeiro manual virtual - permite a essas mães a obtenção de respostas com mais clareza e propriedade e não a informação superficial que comumente é repassada”, comenta Suziane. “É nítida a diferença daquelas mães que previamente consultam informações no aplicativo, elas sentem-se mais familiarizadas, preparadas e confiantes para participar do processo do cuidado ao bebê”, acrescenta.
 
A futura utilização do aplicativo nas Universidades como ferramenta de ensino, também virá a ser um grande passo para a disseminação do instrumento. “A implementação da utilização do aplicativo nas universidades, inicialmente na Universidade Federal do Pará, nos cursos de Medicina e Enfermagem, acrescenta muito para a formação dos profissionais, e não restritamente destes cursos, acredito que o aplicativo vem a somar para todos os profissionais da área da saúde”, comenta a idealizadora do aplicativo.
 
“Vamos começar pela área perinatal, ou seja, da obstetrícia, da pediatria e do programa Saúde da Família dentro da faculdade de Medicina e Enfermagem da Universidade Federal do Pará inicialmente, assim como, divulgando para outras universidades”, completa a doutora Aurimery Chermont, orientadora da Suziane em sua pesquisa.
 

A “Família Corujinha” possui um viés social de grande relevância por ser um instrumento de ampla utilização. “A plataforma é fundamental, porque apesar de sabermos que saúde e educação são dever do Estado, nós conseguimos criar um aplicativo de fácil acesso e de ampla visibilidade para todas as mães que possuem seus filhos internados em terapia intensiva, ele possui abrangência para educar, informar e orientar essas mães durante e também sobre o período após o tratamento”, destaca a doutora Aurimery.
 
O projeto de pesquisa foi concebido pela Enfermeira do Hospital Regional de Tucuruí-PA, Suziane de Sousa Giroux, Coordenadora da Saúde da Mulher e da Criança da Prefeitura Municipal de Tucuruí-PA; Mestra em Gestão e Saúde do Mestrado Profissional da Santa Casa de Misericórdia do Pará; Especialista em Saúde da Família; Especialista em Enfermagem Pediátrica e Neonatal e Especialista em Linha de Cuidado em Enfermagem Saúde Materna, neonatal e lactente. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará. É parte integrante da Dissertação de Mestrado Profissional em Gestão e Serviços em Saúde da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMPA), com título: “Assistência Humanizada ao Recém-nascido internado na Unidade neonatal: Uma proposta de tecnologia educativa para orientações às mães”, orientada pela professora doutora Aurimery Gomes Chermont, médica, doutora em Saúde Coletiva (UNIFESP) e docente do Instituto de Ciências da Saúde da UFPA.
 
O aplicativo já disponível na plataforma Android, ainda tem um longo caminho a percorrer para que seja conhecido e amplamente divulgado. “Eu irei continuar trabalhando na expansão dessa ferramenta para que ela atinja o maior número de pessoas, assim como divulgar o nome do nosso Estado do Pará e sua excelência também na produção de instrumentos tecnológicos que somam para a área e acrescentam ao nosso sistema único de sáude”, encerra Suziane.

Texto: Matheus Henrique Cardoso - Assessoria de Comunicação do ICS/UFPA
Imagens: Reprodução/Google

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